Os servidores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e do Instituto Federal do Piauí (IFPI) estão em greve por tempo indeterminado, marcando um protesto contra perdas salariais acumuladas, cortes de investimentos na educação pública e políticas que, segundo eles, precarizam a atuação docente.
No IFPI, a greve teve início em 15 de abril, inicialmente liderada pelos professores e seguida pelos servidores administrativos em março. A rejeição da proposta de reajuste do Governo Federal, que previa aumentos escalonados de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, foi um dos motivos fundamentais para a paralisação, considerada insuficiente pelos docentes para atender suas demandas.
O Sindicato dos Docentes do IFPI (SINDIFPI) destacou que a greve busca a reestruturação das carreiras, recomposição salarial, revogação de normas implementadas nos governos anteriores, aumento do orçamento das instituições de ensino e um reajuste imediato nos auxílios estudantis. Os professores exigem um aumento salarial de 22,71%, equivalente às perdas salariais desde 2015 e à inflação acumulada.
Na UFPI, a decisão pela greve foi tomada em 28 de maio, após uma assembleia realizada na sede da associação dos docentes em Teresina. Com ampla maioria de 228 votos a favor contra 36 contrários, os docentes optaram pela paralisação por tempo indeterminado. As demandas incluem um reajuste salarial que totaliza mais de 21% ao longo dos próximos anos, com aumentos escalonados de 7,06% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026.
Os comandos de greve de ambas as instituições estão em constante diálogo com suas bases para analisar as propostas do governo e decidir sobre os rumos do movimento. Até o momento, não há um consenso que indique o fim da paralisação.
Marcondes Fernandes, diretor de Políticas Públicas do SINDIFPI e professor do IFPI, enfatizou a importância da mobilização pela qualidade da educação e pela valorização dos profissionais. "Estamos aqui para manifestar nossa luta em defesa da educação de qualidade, que tem sido cada vez mais prejudicada pela falta de investimentos e pela desvalorização dos profissionais. Queremos deixar claro que, se dependesse de nós, não haveria greve, e garantimos que nossos alunos não serão prejudicados, pois vamos repor as aulas perdidas", afirmou.
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