A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Piauí anunciou, por meio do Diário Oficial do Estado de sexta-feira (19), a criação de um grupo de trabalho interinstitucional com o objetivo de combater as atividades de organizações criminosas envolvidas na grilagem de terras no litoral do estado.
O grupo será composto por diversas entidades, incluindo o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Estado do Piauí, a Polícia Federal, a Defensoria Pública da União e do Estado do Piauí, o Núcleo de Regularização Fundiária do Tribunal de Justiça do Piauí, a Secretaria de Patrimônio da União e o Instituto de Terras do Piauí.
A iniciativa surge após o defensor público da União, José Rômulo Plácido Sales, relatar ao secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, a suspeita de que agentes do Estado, especialmente policiais, estariam colaborando com a formação de milícias para facilitar a grilagem de terras no litoral piauiense.
Além da formação do grupo de trabalho, o secretário anunciou a abertura de investigações pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar.
Em entrevista à imprensa, o defensor público da União Rômulo Plácido Sales, responsável por denunciar os crimes de grilagem, detalhou os métodos utilizados pelas organizações criminosas. "Eles usam da tática de denunciar qualquer ocupação de terras que essas pessoas façam, qualquer crime ambiental, por menor que seja, eles denunciam, mobilizam, jogam as forças públicas contra essas pessoas. E outra tática é se utilizar das milícias. Casas já foram incendiadas, roças já foram destruídas. Uma pessoa que foi pescar, que é pescador, quando retornou de madrugada, do mar, encontrou sua casa incendiada. Outra, tinha uma roça, foi embora para a cidade, quando chegou na roça, as cercas tinham sido destruídas, animais mortos, abordam pessoas e ameaçam com arma de fogo", detalhou o defensor.
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