O complexo caso de envenenamento que chocou Parnaíba, no Piauí, pode ter uma nova reviravolta. A vizinha dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, Lucélia Maria da Conceição, de 52 anos, presa em agosto de 2024 suspeita de ter envenenado os garotos com cajus, pode ser solta.
A decisão do Ministério Público se dá após a descoberta de um novo caso de envenenamento na mesma família, ocorrido no dia 1º de janeiro. Nove pessoas ingeriram arroz contaminado com terbufós, um agrotóxico altamente tóxico, resultando na morte de quatro membros da família, incluindo duas crianças.
Com a identificação de um novo suspeito, Francisco de Assis Pereira da Costa, casado com a mãe das vítimas, a investigação se concentra agora em um novo foco. O promotor Silas Sereno informou que solicitará a soltura de Lucélia, mas ressaltou que a investigação contra ela continua.
"A descoberta de um novo caso e de um novo suspeito nos leva a reavaliar toda a investigação. A soltura de Lucélia não significa que ela esteja isenta de culpa, mas sim que precisamos aprofundar as investigações para chegar à verdade", afirmou o promotor.
O advogado de Lucélia, Sammai Cavalcante, comemorou a possibilidade da soltura de sua cliente. "Este novo caso mostra que a justiça está sendo feita e que a verdade está vindo à tona. Aguardamos agora os resultados dos laudos periciais para confirmar a inocência de Lucélia", disse o advogado.
Uma nova tragédia familiar foi registrada em Dom Rufino II, na mesma casa em Parnaíba no início deste ano. No dia 1º de janeiro, nove membros de uma mesma família foram internados no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde após consumirem alimentos envenenados. Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, não resistiu e faleceu em casa. Em seguida, Igno Davi Silva, de apenas 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, também perderam suas vidas. A mãe das crianças, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que também era mãe de Ulisses e João Miguel - as primeiras vítimas do envenenamento na família -, não resistiu e faleceu no dia 7 de janeiro. Uma criança de 4 anos, filha de Francisca, segue internada em estado grave em Teresina
O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes da tragédia que chocou a cidade de Parnaíba.
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