O delegado da Polícia Federal (PF) Marco Antônio Nunes concedeu uma entrevista onde explicou como funcionada a quadrilha que fraudou operações de crédito para pessoas jurídicas junto à Caixa Econômica Federal. Os indivíduos foram presos na Operação 'Smart Fake', deflagrada pela PF nesta quarta-feira (06/11)O rombo causado pela quadrilha aos cofres públicos chega a mais de R$ 20 milhões. O delegado contou ao Conecta Piauí que os envolvidos cooptavam pessoas vulneráveis para obter empréstimos fraudulentos.

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Foto: James Rodrigues / Conecta PiauíDelegado detalha como atuava quadrilha que causou rombo de cerca de R$ 20 milhões aos cofres públicos
Delegado detalha como atuava quadrilha que causou rombo de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos

"Foi uma operação que buscou cumprir 12 mandados de busca de apreensão, quatro mandados de prisão temporária nas cidades de Teresina, Timon e Pedro II. Ela buscou descortinar basicamente dois núcleos que trabalhavam fraudando documentação. De que forma? É uma forma bem clássica. Esses agentes cooptavam outras pessoas que não tinham renda sem muita perspectiva de crescimento. Chegava a dizer, 'olha, se você topar, fazer esse empréstimo, você vai conseguir colocar um dinheiro no bolso e a gente vai fazer toda a documentação, mas não vai efetuar esse pagamento, você nunca vai pagar, vai melar seu nome por cinco anos, e a gente vai conseguir pegar essa grana, você vai ficar com uma parte e a gente vai ficar com outra'", explica o delegado.

O delegado revela que, além da Caixa Econômica Federal, bancos privados também sofreram prejuízos com as ações criminosas. Na entrevista, ele expôs como criminosos utilizavam empresas em crise para obter empréstimos fraudulentos, revelando uma teia de corrupção que envolvia contadores, empresários e outros agentes.

Foto: ReproduçãoOperação 'Smart Fake'
Operação 'Smart Fake'

"A priori as empresas tinham algum tempo de existência. E aí elas estavam na iminência de fechar e o contador chegava e ligava para esses agentes dessas células. 'Olha, é o seguinte, a empresa está fechando. Vamos fazer, compra essa empresa e apresenta a documentação para a caixa econômica. Pergunte se o cara não quer uma grana para poder receber um empréstimo e aí a gente divide o dinheiro e tudo', então tem uma participação de mais pessoas do que a gente imagina", diz.

Veja o vídeo: